Cobra cascavel surpreendeu banhistas em Cruzeiro do Iguaçu

Na semana passada, banhistas que estavam na prainha artificial de Cruzeiro do Iguaçu foram surpreendidos por uma cobra cascavel. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra um grande número de pessoas, incluindo crianças, próximo ao animal. O salva-vidas Joelson, que estava de plantão no local, explicou que, quando cobras aparecem, elas são capturadas e levadas para uma área de mata. Segundo ele, essas aparições são mais comuns nos meses de janeiro e fevereiro. “Isso ocorre em vários outros pontos dos alagados, não apenas em Cruzeiro do Iguaçu. Elas costumam atravessar da região de Quedas do Iguaçu para cá.”

Joelson ressaltou que o número de cobras tem diminuído ao longo dos anos. “Há cerca de uma década, chegamos a capturar até 13 cobras por ano. Hoje, são duas ou três.”

O médico veterinário Felipe Azzolini explicou que o metabolismo dos répteis depende da temperatura externa, o que os torna mais ativos durante o calor. “Quanto mais quente o clima, mais energia eles gastam e precisam se alimentar, o que torna os encontros com serpentes mais frequentes nessa época do ano.”

Ele também destacou que, embora as serpentes peçonhentas, como as cascavéis, não tenham hábitos aquáticos, elas conseguem se deslocar bem na água. “Por terem pulmões que ocupam grande parte do corpo, conseguem boiar e se movimentar sobre a água, especialmente quando se sentem ameaçadas.”

Sobre o caso recente em Cruzeiro do Iguaçu, Azzolini sugeriu que a cobra provavelmente veio da margem oposta, como ocorreu alguns anos atrás, quando um incêndio na mata fez várias cascavéis atravessarem o rio para fugir das chamas. Outra possibilidade é que o animal tenha atravessado em busca de alimento.

O veterinário orienta que as pessoas mantenham distância e acionem profissionais capacitados para a captura. “Embora as cascavéis possuam peçonha potente, são menos agressivas e tendem a recuar quando ameaçadas. Em caso de acidente, é fundamental manter a calma e buscar assistência médica, preferencialmente com uma foto do animal ou o próprio exemplar capturado, para facilitar a administração do tratamento adequado.”

Fonte: Jornal de Beltrão